sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Amor de invento - Cado Selbach

AMOR DE INVENTO

No coração cheio de sextas-feiras
É liberdade ainda que à tardinha
No céu o "V" da migração dos pássaros
No chão a areia de praia tão minha

Tão minha a sina de viver sozinho
Cercado de meus restos de naufrágio
No peito bate um samba sincopado
Na mente sons daquele antigo adágio

Saio pra noite já entorpecido
Cambaleando passos de tristeza
Terceiro copo num bar de calçada
Terceiro porre nesta mesma mesa

Noutra calçada segues me esquecendo
Água perrier e um cálice de vinho
Um outro cara toca teu cabelo
E então desenhas teu novo caminho

Enquanto isso vejo em outros olhos
Um verde tom falando de promessas
Então embarco em nova velha história
Tão sem critérios... só por pura pressa

E por vadio meu coração selvagem
Fala de amor em menos de três dias
De amor que invento pra esquecer teu rosto
Na madrugada agora já tão fria

Tres dias ligo pro teu fone mudo
Pra te dizer que sempre será tempo
De mergulhar neste teu corpo casa

...

Quando acabar o meu amor de invento.


Cado Selbach

2 comentários:

Cristina Wanderley disse...

Cado felicidades duas veces. Adorei teu curriculun, o mesmo que cita abaixo ou seja os sites para conhecer todas tuas obras, os verei com calma mais tarde!!! A poesía muito linda mesmo, mais também muito triste a meu modo de ver!!! Carinhos grandes!!

rose alves disse...

Escrever é um dom maravilhoso,como poetisa que sou te recebo nesse mundo fantástico de emoção e sentimento, que só a poesia confere a um tempo tão marrom...