sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sinfonia - cado selbach

SINFONIA

O oceano das palavras
Que costuro em meus poemas
Compondo tênue tecido
...De lirismo anarquizado
é o mar dos entardeceres
Que ainda estão por vir

Mar de um verde desmaiado
Após o sol exilado
Mergulhar em exaustão
Na úmida cavidade
Da luxuriosa montanha
Que o abriga noite adentro
Sob a gótica sinfônica
De alguns lobos desgarrados
Em uivos em dó menor
Menor do que o dó que sinto

O dó ante tua recusa
A salvar-me de mim mesmo
Sorvendo o que ainda resta
Deu um eu feito metade
Com metade já sugada
Por histórias do passado
Por amores mal passados
E rancor reeditado
Pela tal reincidência
Dos afetos escondidos

E meu dó ainda espera
Que um dia caias em si
Quem sabe em dia de sol
Do sol nascido de lá
Onde escreves tuas notas
Tão precisas - tão seguras

E componhas canção tema
De minha ópera barroca
Com rococós de tristeza
E melismas de esperança
De dias eternizados
Em partituras sagradas
Pra entoarmos em uníssono
Melodia das esferas

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