terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pássaro das canções - Para Vânia Bastos (Cado Selbach)

PÁSSARO DAS CANÇÕES - Para Vânia Bastos

Persigo incansavelmente
O estado de alma despida
Pela voz sacralizada
De tua garganta de pássaro
E coração de floresta

Quem sabe ela me transforme
No colibri da canção
De um certo circo de sonhos
E místicos grand-finales

Mas persigo delicado
sem arroubos de fã cego
No teu castelo de notas
E claves de sois noturnos
E vaidosos sustenidos

Já que da voz já me basta
O privilégio de ouví-la
Com tamanho encantamento
Que ao fazer-me
crer em anjos

Desafia, impertinente
Meu ateísmo confuso

E ouvidos apaixonados
Pela pulsação da vida
E por vozes que insinuam
Segredos de uma magia
Que só mulheres conhecem

Pois canções são bebês
Nascidos de vozes ventres
De agudos e melismas
de dor e de encantamento

E sigo assim, deVANIAndo
Ao ouvir vânia cantando
Cantigas feitas poemas
Que ouço em todo o momento
Em que preciso cobrir-me
Com o véu de fina estampa
Transcendida da palavra
Virando onda
Frequência
Volume

.........................

Incandescência
dos corações gelados
Que ao ouví-la descobrem
Que a velha lua no céu
É lustre do cristal das vozes
Condensadas em sua garganta
E em alma de princesa
Cantando pra rei risonho.

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