POEMA PREGUIÇOSO
Hoje meu poema é feito de preguiça
Da cuidadosa preguiça de tecê-los
Por saber-lhes delatores de segredos
Que desvelas desfiando minhas palavras
E pra compor esse poema arrevesado
- Por saber-se incapaz de ser poema
ante olhos e ouvidos exigentes -
Deito-lhe no berço nada explêndido
De verbos arrastados e ambíguos
E até prometo certas precauções
Pra não floreá-lo dos adjetivos
Com que 'tento lhes dizer do amor que tenho'
Que decido imortal... por não ser chama
E por preguiça poupo-me dos temas
Que povoam quase todas minhas páginas:
Despedidas, desafetos, desamores, desencontros...
e corro atrás de algum prefixo... que os des-enredem
Destecendo 'churumelas' glicozadas
Pra talvez fugir do palco das paixões...
Paradoxos de dor e encantamento
Dos quais - por preguiça - não lhes falarei agora
E é então que me angustia a greve de minhas palavras
unidas em assembléia pra discutirem seus gostos
Pra cobrirem as novas páginas... estas do hoje em diante
Todas elas... tão barrocas... rococós do pensamento.
Decididas a encontrarem uma falha em meu intento
Uma brecha iluminada com palavras escondidas:
Amor, paixão e desejo, encantamento e saudade
E sem me dar por vencido, na primeira tentativa
De açucararem meu texto, declaro neste contexto
Já de carona na rima... que falarei de protestos
Guerra e paz, orgulho e sina...
Inclusive a antiga sina de escrever poesias
De "amor, paixão e desejo, encantamento e saudades"
Hoje meu poema é feito de preguiça
Da cuidadosa preguiça de tecê-los
Por saber-lhes delatores de segredos
Que desvelas desfiando minhas palavras
E pra compor esse poema arrevesado
- Por saber-se incapaz de ser poema
ante olhos e ouvidos exigentes -
Deito-lhe no berço nada explêndido
De verbos arrastados e ambíguos
E até prometo certas precauções
Pra não floreá-lo dos adjetivos
Com que 'tento lhes dizer do amor que tenho'
Que decido imortal... por não ser chama
E por preguiça poupo-me dos temas
Que povoam quase todas minhas páginas:
Despedidas, desafetos, desamores, desencontros...
e corro atrás de algum prefixo... que os des-enredem
Destecendo 'churumelas' glicozadas
Pra talvez fugir do palco das paixões...
Paradoxos de dor e encantamento
Dos quais - por preguiça - não lhes falarei agora
E é então que me angustia a greve de minhas palavras
unidas em assembléia pra discutirem seus gostos
Pra cobrirem as novas páginas... estas do hoje em diante
Todas elas... tão barrocas... rococós do pensamento.
Decididas a encontrarem uma falha em meu intento
Uma brecha iluminada com palavras escondidas:
Amor, paixão e desejo, encantamento e saudade
E sem me dar por vencido, na primeira tentativa
De açucararem meu texto, declaro neste contexto
Já de carona na rima... que falarei de protestos
Guerra e paz, orgulho e sina...
Inclusive a antiga sina de escrever poesias
De "amor, paixão e desejo, encantamento e saudades"
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