TÍTERES
E já não sei se é teimosia
insistir em expressar-me
Em poemas tão caducos
Que me despem assim
- aos poucos -
Mas creio que irei fazê-lo
Enquanto houver controvérsias
Entre o que sou e o que sinto
Pois na verdade, confesso
Poemas são testemunhos
De minh'alma sempre inquieta
Adornada com palavras
Repetidas mas sinceras
E mesmo quando não dizem
Deste eu que agora escreve
Ainda assim explicitam
Minhas verdades secretas
Minhas mentiras sagradas
E desejos incontidos
Que se esparramam em versos
De indisfarçável tristeza
Perpassada de alegria
...Quase sempre euforizada
- mas contida -
E em minha dualidade
Danço o ballet dos humores
Hoje tão condicionados
Ao flutuar dos amores
Que sustento entre meus braços
E revolvem minhas entranhas
Como se nelas morasse
Um Deus velho e distraído
Que brinca com seus fantoches
No circo da eternidade
Em cantos tensos e sacros
Soprados em voz pequena
A revolver meus afetos
Remixados por medos
No purgatório das culpas
Sem deixar compadecer-se
Por recalques de outros tempos
E o que de mim saboto
E é então que desconfio
Que este deus em que não creio
Em mim crê e me protege
Evitando que eu me perca
Na babel dos sentimentos
E humores multipolares
De longas tardes glaciais
Em que enrijeço a expressão
De meu rosto sempre tenso
Pra logo mais derramar-me
Em sorrisos espontâneos
Que nascem junto com a lua
Cado Selbach
Cado Selbach
7 comentários:
lindo poema
Obrigado, André... seja sempre bem vindo a este espaço. Obrigado por te ocupares em me ler. abraço.
muito bom Cado! ler seus poemas mais que um prazer , ja ta se tornando um vicio.... dos bons e do qual nao tenho a menor vontade , nem necessidade de me desfazer , claro !!! abraçao amigo !
Deus crê em você, com certeza!!!!!Bjs
Gostei muito do seu poema, Cado. Sempre gostei do que você escreve.
Claire
Sempre gostei do que você escreve. Este poema está lindo. Claire
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