sábado, 25 de junho de 2011
"Uroboros" de Cado Selbach
UROBOROS
A cada estalido do assoalho, ouço um passo teu se distanciando
Ainda que eu não saiba onde estiveste, quando ao lado meu não te alcançava
Desde que chegaste em teu silêncio, percebi que eras mais luz do que matéria
E quis até gostar de teu talento, pra estar e não estar ao mesmo tempo
Na hora em que me pesam os teus passos, e arrastas o teu ódio pela casa
Recorro à velha imagem arquivada, de um outro rosto teu - esperançoso
E alí me refugio extasiado, buscando a eternidade em cada instante
E brilham os teus olhos do passado em rosto de sorrisos hoje raros
E sempre que escuto o teu silêncio, me ponho a escavar chãos de palavras
Que filhas de rancores e distâncias, assumem o tom griz da manhãs frias
Porém como já disse em outros tempos, manhãs são elegias à tristeza
Prefiro abrir os olhos logo à tarde, assim que te livrares de teu peso
Pois mudas quando giras, quando saltas... e mudam sobre mim teus sentimentos
E dos rancores brotam - surpreendentes - sorrisos feitos tons de fins de tarde
E é sempre neste tom alaranjado... que usas tua voz aquarelada
Pra desenhar cenários de futuros... tão cheios de calor e entendimento
Ou feitos em tom sépia... de saudades.
Cado Selbach
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Um comentário:
Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
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